terça-feira, 3 de novembro de 2009

Coisas importantes e significativas

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“Coisas importantes e significativas”

Sentir-se livre e a vontade é sempre muito bom. Poder voar, navegar, alcançar é maravilhoso. Foi esse sentimento que me envolveu diante de tantas informações interligadas e de fácil acesso, ícones para abrir caminhos cada vez mais surpreendentes, quase que inesgotáveis, os quais a cada passo deixavam-me mais curiosa e motivada a seguir em frente.

Ao navegar pela página refleti sobre ler e o prazer por leituras. Sabemos que a leitura nem sempre proporciona prazer, principalmente quando se lê por obrigação, um dos motivos pelo qual se aponta o baixo de índice de leitores assíduos, em nossos dias. Mesmo vivendo a era da comunicação e a necessidade de informações, enfrentamos nas escolas essa triste realidade.

Vejo um caminho diante do uso da tecnologia, e isso me alegra. Ler através de meios que proporcionam vontade de ir além, nos leva a buscar com entusiasmo e cada vez mais gera curiosidade, promovendo assim o interesse pela leitura, que proporciona o prazer do saber mais.

Ao navegarmos pela página pratiquei vários tipos de leituras (visual, codificada, por símbolos, auditiva) e isso foi prazeroso. Também analisei o quanto é importante sentir-se a vontade em momentos de curiosidade, poder “matar a vontade” de ir mais além do planejado. Buscar satisfazer o desejo em busca do belo, do que alimenta os olhos e a alma, superar desafios e barreiras e construir uma outra realidade, com novas perspectivas.

Poder entender melhor a mensagem de um texto proporciona prazer. Sensação que também pude sentir ao fazer a ligação existente entre textos visuais, auditivos, por ícones, gráficos, imagens e sons (hipertextos) que ampliaram as informações que se estendem e completaram o texto principal, ampliando assim a compreensão do mesmo.

Uns perus pro seu juiz

Uns perus pro seu juiz

Era uma vez seu Porfírio.

Era uma vez seu Candinho.

Vizinhos de cerca, colegas de escola, vagos parentes.

Seu Porfírio briguento como ele só.

Brigava com os parentes por causa de heranças, brigava com os vizinhos por causa de limites de terras, brigava até com os filhos por causa de dinheiro.

Seu Candinho, o contrário. Amigo de todo mundo, resolvia seus problemas com conversas, com prosa, com jeitinho.

Um dia seu Candinho recebeu uma herança de um parente afastado.

Seu Porfírio ficou morrendo de inveja. Começou a falar mal de seu Candinho a todo mundo:

-Bonzinho? Pois sim! Estes são os piores...

Seu Candinho fez que não sabia e foi vivendo. E cada vez seu Porfírio ficava com mais raiva de seu Candinho.

Então seu Porfírio inventou que o riacho que passava pelas duas fazendas era dele só e desviou o curso do riacho. Seu Candinho ficou sem água.

Aí seu Candinho ficou zangado. Procurou o advogado dele,doutor Alex,mandou uma ação em cima do seu Porfírio.

A demanda se arrastou, com uns tais de embargos, e umas tais de ações suspensivas, umas tais de peritagens,uns tais de recursos, até que o julgamento foi marcado.

Seu Candinho foi procurar o advogado:

-Seu doutor, o senhor não achava bom se a gente mandasse aí uns perus pro seu juiz?

Será que não facilitava as coisas?

O advogado botou a mão na cabeça:

-Que é isso, seu Candinho? O juiz é doutor Honório,o juiz mais severo do estado!

Se o senhor manda um presente pra ele,ele é capaz de dar ganho ao seu Porfírio só pra mostrar como ele é honesto...

Seu Candinho saiu dali pensando...

No dia do julgamento estava todo mundo nervoso. Menos seu Candinho:

-Não se preocupem , nós vamos ganhar. Podem ter certeza... Não carece de ninguém ficar nervoso...

Doutor Honório chegou de cara fechada, como se estivesse zangado com alguma coisa;não cumprimentou ninguém.

O julgamento foi rápido e realmente seu Candinho ganhou.

Seu Porfírio foi condenado a pagar um dinheirão ao seu Candinho e ainda teve de voltar o rio para onde ele estava.

Seu Candinho deu uma bruta festa pra comemorar. E então, com um sorriso muito malandro, ele perguntou ao doutor Alex;

-Viu como foi bom mandar uns perus pro juiz?

-O quê? O senhor mandou os perus pro juiz?

-Mandei sim, doutor , mandei sim. Só que mandei no nome do seu Porfírio...

(Ruth Rocha)